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Professor não é mendigo!



No dia 21 de maio foi dia do profissional de Letras. Escolher fazer Letras não foi uma decisão tão fácil, não pelo destino de ser professora, pois tenho muito orgulho dessa profissão, mas porque quando a gente sai da escola, não é tão fácil escolher o caminho que você quer seguir para o resto da sua vida. Algumas pessoas conseguem se encontrar facilmente, eu não consegui. E conheço muita gente que também não. Mas isso não é o fim do mundo. Ideia muito diferente da que você tem quando sai do Ensino Médio. Nessa idade, a pressão é grande. Graças a Deus eu tive pais que me apoiaram e perceberam que eu deveria esperar um pouco para dar esse passo a mais, que é a faculdade. Eles sabiam que eu precisava caminhar um pouco, antes de tomar essa enorme decisão. Eu precisava me conhecer, para só assim saber qual caminho eu realmente queria seguir. Fui arriscando alguns cursos, algumas especializações, embarcando por caminhos que me interessavam, até me descobri de verdade. Meus pais sempre me disseram: "Faça o que você mais gosta na vida e você será eternamente feliz.". E foi por isso que escolhi Letras.

Quando digo que estou me formando em Letras, as pessoas me olham como se eu fosse um E.T. Na verdade, acho que essa ideia é muito precipitada. Realmente o professor deveria ser mais valorizado, mas não digo no quesito de salário ou dignidade, eu digo no sentido da sociedade. Acreditem, professores compram carro zero, professores viajam para fora do país, professores possuem filhos e filhas que estudam em uma boa escola particular, professores possuem dinheiro para comprar boas roupas, bons perfumes e joias. Essa ideia de que professor pede esmola na rua é bem antiquada e um tanto mentirosa. Quando o professor é colocado nesse nível, é o ensino brasileiro que sai perdendo. São as crianças, os jovens, os pais que perdem o respeito por esse profissional um tanto importante na vida de todos. O salário poderia ser melhor? Poderia, assim como de tantos outros profissionais. Um médico, por exemplo, para ter muito dinheiro precisa passar por uma série de especializações e virar noites trabalhando. Quem disse que existem hospitais com boas qualidades? Muitos deles, também atuam com precariedades. A diferença é que socialmente ser médico tem mais "status". Um professor, não é diferente. Lógico que ele poderia possuir melhores condições de trabalho, como um médico, por exemplo. Por isso que quando vejo algumas reivindicações, me pergunto qual o objetivo real daquilo. Pedir melhores condições? Sim, justo. Mas isso é antes de tudo papel do aluno, dos pais dos alunos. Levantar a bandeira que professor passa fome? Isso já é demais para a minha visão e para os meus ouvidos. Então, volto a repetir: ser professor não é sinônimo de vergonha. Professor não é mendigo. Mude esse conceito em si e isso já fará uma grande diferença no mundo, na vida e no futuro.

Um comentário

Laura Brand disse...

Amei o post, concordo plenamente. Não há nenhuma vergonha em ser professor. As pessoas esquecem que para tudo precisa de um professor, TUDO! O engenheiro? Teve professores na faculdade. O arquiteto? Teve professores na faculdade. O médico? Teve professores na faculdade. Ser professor é ser um profissional digno e respeitado e te admiro muito por isso. A profissão deveria ser muito mais valorizada, de fato.
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